sábado, 25 de junho de 2011

meu core

Às veiz, eu ouço alguém falando uma outra língua, que não a nossa brasileira, e me pulsa uma veia ranzinza. Critíco na cabeça sem olhar meu próprio rabo. Que eu, que nasci em casa de gringo, mando sempre uma palavra estrangeira, pra la e pra cá. Às veiz, é uma questão de dizer o que nosso povo não sabe dizê mêmo. Às veiz, num tem tradução. Que nem, a gente fala da saudade, canta a saudade, sente saudade pra caramba! Nossos colonizadores eram uns latino viajante, samo intenso e quando o amor tá longe, dá saudade! Os outro, os europeu, os nórdico também sentem saudade, claro que sentem, mas não diviam sabe falar sobre isso, então não inventaram a palavra.
No inglês, coração é "heart" e o centro de alguma coisa é o "core". Uma das definições disse - "O centro de uma fruta carnuda, onde ficam as sementes". Tem umas sementes que ficam lá, bem no fundo do coração, no core. Parecendo que não tão, porque elas ficam bem quietinhas, bem semente mesmo, das que podem passar uma vida inteira esperando a oportunidade de germinar.
Fui só olhar no fundo da gaveta, não era pra germinar nada... agora fico eu aqui, meu core e eu.